domingo, 1 de fevereiro de 2015

Animus laedendi

Eu não quero ser
Mais uma vítima urbana, insana, enlouquecida e cheia de arrogância
Eu não quero ser
Mais um refém da sua ignorância, discórdia, loucura e confusão
Eu não quero ser
Mais um corpo mutilado na esquina, mais uma linha interrompida que jaz no chão sem vida
Eu não quero ser
Mais um delito na lista da justiça.

Tudo o que eu queria mudar
É o que eu não sou  e o que eu não posso ser
Tudo o que eu queria saber
É como estancar essa fome de poder
Dê-me seu coração
E eu te digo a mais linda canção
Dê-me sua compreensão
E eu te ensinarei a viver mais um dia

Eu não quero ser
Mais uma empresa falida que implora o seu centavo:
Suado, roubado, cobiçado.
Eu não quero ser
Mais uma criança nua na estrada, que se exibe, que não se ama
Não se sabe se ainda quer viver
Eu não quero ser
Mais um pássaro torto trancado na droga da gaiola, a jaula inexistente,
tão presente, tão insuficiente
Mas eu preciso dela ainda
Para sobreviver, para conseguir sair, voltar, viver, sem ver
O que se passa
E o que está acontecendo de verdade
O que vem debeixo disso tudo que chamam de realidade

Mas você não crê
Porque foi violentado pelo seu pai
Sua irmã se prostituiu
E sua mãe está tentando curar mais uma farpa no coração

Mas você não vê
Porque queimaram suas pupilas com as cenas do teatro estúpido do errado.
Você não vê

E você queria entender
Mas não consegue porque inclodiram seu último neurônio com as substâncias túgidas do horror profano,
das lágrimas caídas na escuridão
daquilo tudo que é clandestino e nem se sabe mais setem explicação
Eu não quero ver.

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