terça-feira, 28 de julho de 2015

Gump I

O talvez me acompanha
na variância do ser
moldada através do tempo
janela certa do (não) saber.
Sou gosto amargo, doce
sou ferida em tratamento
nascente correndo
escorrendo.
Corro para fugir, corro para encontrar.
Corro para me esconder, corro para me achar.
Corro por não ter para onde correr.
Corro para não me aprisionar.
E, de tanto correr, de tanto querer,
me aprisiono
no não estar. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Sol

A pertença desfaz-se no gozo sórdido do abismo.
E, sendo prazer toda dor,
insistes em querer soltar-me,
mas esquece-se de que, soltando-me,
solta-se também o sol da alvorada.
Desistas de desistir.
Sol-te.
Sol-me.
Clareais o sorriso (branco) de nossas almas
escovadas, engomadas e amaciadas.
Calcemos nossas meias e, sem soltar-nos,
caminhemos.
Colhamos a vida para não dizer que não vivemos.
Permita-me a cura de pertencer, por segundos travestidos de anos, ao mundo são da fantasia.
Querido, soltar-nos de nós é engano.
Puro, sim, é sol-nos,
colorir-nos em encantos.