terça-feira, 2 de setembro de 2014

Do avesso

Empreste-me sua vida,
Eu vivo a sua
Você vive a minha
Trocamos os descompassos,
Os percalços e os gemidos.
Fingimos no escuro
Que não nos conhecemos,
Não nos queremos.
Visto sua pele, sua fantasia.
Confundo-me a respeito de nós
Do que há de mais íntimo e explícito.
Do avesso.
No fim, desfeitos os trejeitos,
Você de volta ao seu eu,
O meu não tem mais volta.
Encontro-me cheia do seu ego
Espelho duplo, turvo.
E agora você está aqui,

Mais do que eu em mim. 

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