sábado, 2 de abril de 2016

Areal

Com tantas figuras,
Sem muitos porquês
Fui deixada várias vezes
Por você
Por todo esse tempo.
Desfeita, reencontrada.
Revista, refigurada.
Hoje sou outra
E não sou mais deixada.
Não por você.
As beiras-águas,
Entretanto,
Continuam molhando os meus pés
Que marcam a areia
Descobertos pela água.
Se hoje não vem mais,
Vou outras, várias vezes.
Não sou a mesma, outros nomes.
Construídos de areia.

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