sábado, 30 de maio de 2015

Eco

Pelos seus olhos eu vi
A terra incógnita
O algo a mais que eu procurava
Pedi sua mão
Me derreti nos teus véus
Senti pela sua alma
dancei pra você
banhei meu peito em lua
salguei meu corpo em mar
mostrei-lhe meus contos
Entornos
na esperança de que você fosse me prender
aos seus pensamentos
para além da vista suja
para além do corpo sólido
entreguei-lhe a faca e os pulsos
deixei você me fizesse
mas não houve glória nem dor de amor
nem a dor do esquecimento
a sensação de afogamento
o choque e o entorpecimento
a vontade de não existir
a separação do que nunca houve em metades que desaparecem
eu vi todas as minhas extensões
virando nada
ouvi os ecos de mim
as partes do que em mim ainda pulsam
soterrando-se, tornando-se
vida pura que se esvai
respiro morto na orla da sua ausência
eco de mim
que morre em você.

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