Eu morrerei aos teus pés quando a chuva começar a cair.
Correrei pelos corredores da sua casa pedindo morada,
tocarei o seu corpo, enxugarei na sua toalha, penetrarei na
sua rotina.
Perfurarei todo o espaço vazio, musicarei o seu silêncio,
consertarei o seu cansaço.
Eu andarei em círculos até que você ache uma saída.
Eu estarei olhando por você no meio da multidão, me guiarei
pelo seu perfume.
Me farei de alimento para que você suporte mais uma dor.
Estarei presente na decepção de cada dia, no repousar de
cada lágrima.
No doce de cada presente, no timbre da voz que te embalar.
Eu estarei na primeira fila quando ele cantar.
Estarei presente em cada memória que você matar,
para onde você tentar
fugir.
Eu serei o seu arrependimento mais fiel,
a imagem no espelho refletida e negada três vezes.
Eu serei sua companheira nos dias frios e nos cálidos.
Serei a ausência que você tentará reparar.
Serei suas facetas e seus truques, serei o seu sorriso.
Serei o seu arrepio.
Serei a vontade incontrolável e impenetrável no tempo.
Serei a verdade te balançando a cabeça e te revirando o
estômago.
Serei o passado desgarrado e mal vivido.
Serei o fundo do poço e,
quando você finalmente acordar dos seus desencontros,
serei água escorrendo
da sua nascente.
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