Se
fosse impróprio, não deveria nem ser feito, criado. Se fosse impróprio, deveria
ser destruído, em último caso, quando criado. Mas não. O impróprio acaba exposto com aquele gosto
estranho do proibido. Não é à toa. Sobra um desejo mal escondido por baixo de panos
grossos, como se esses escondessem qualquer cobiça quase autossuficiente e tão
bem endereçada.
Gosto
do toque, mas gosto mais quando é escondido. Gosto quando não é falado também,
ou é fugido. Gosto quando pensa que ninguém vai notar. Sorriso canto-de-boca. Olhos
com más intenções a observar, ávidos.
Seus
olhos fazem comigo o que suas mãos queriam fazer. Comigo e com tudo que você
vê. É doce, apimentado. Amargo. É desmedido esse seu desejo, beira à loucura.
Mas não vou negar, tem lá o seu charme quando visto pela metade. Este cheiro de
ideias infames em cabeças a pensar o que poderia ser feito com tantas (im)possibilidades.
Segredo mal-falado e bem-sabido. Sentido sob
as luzes ou sombras de noites que escondem mentiras lavadas e verdades sujas de
quem prefere evitar qualquer coisa a mais que um gole e boas palavras. Risco que vale, se bem vivido, se bem intenso,
bem querido. É copo transbordando de vontade, embriagando de gosto, pele e
rosto. E quanto mais, melhor.
Traz mais uma dose
desta loucura, por favor, eu vou até o fim.
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