quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Ode à desagregação III

Vai
Antes que eu vá no seu lugar
Quero cortejar a sua amada
E fazer dela o meu punhal

Tenta
Fazer de mim trapo
Não conseguirá
Eu vou cortar a sua garganta enquanto você dorme
Quero sentir o seu último respiro
O agonizar do seu vivido
Quero a sua angústia bem de perto

Venta
Na minha alma
Se sou sua é por espírito
Por outras vias é desperdício
Somos límpidos
Amor, somos mar

Vem comigo
Antes que eu te esqueça
Não quero pedir detalhes nem desculpas
Pareço até a sua culpa
Mas vou resistir
E serei, pelo menos, o seu mal-estar

Proteja-me
Da minha própria ignorância
Da minha comiseração
Da minha insignificância
Da minha tristeza
Da loucura
Da secura
Da inquietação
Esteja comigo
Na minha dúvida
Na minha sorte
Na morte
E na perdição
Amor,
Amém.

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