quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Despido

Nas curvas das minhas letras
percorrem seus dedos
caminhos a serem descobertos.
Pelo seu perfume me guio
nas dedilhadas notas de fundo
trabalhadas em madeira transparente
azul fragrância torpe
ardente sorriso que queima
o redor rubro da minha boca
quente.
É contrastante minha pele na sua
é contraponto meu timbre no seu
é o contrário do ponto que parto
do gosto agridoce da sua presença.
Na simplicidade dos meus versos,
na liberdade das minhas estrofes
caminha, voa e volta.
Nos relevos da minha vontade
Tateia, sente, cheira
levantando o cume do desejo
descobre, procura, prova
refinando seu paladar
nas peculiaridades da minha difração.
Em escala de cinza colore
deixando roxa a pele quente,
cerrando os olhos,
semicerrando os lábios.
Sou desejo calado, velado, guardado
à espreita, à espera do seu diálogo.
Despido em desejo cantado,
Sou sentido resguardado, quase pudico.
Nos cinco sentidos explorados
do corpo intocado
posto em prática
na essência particular

dos sonhos por nós sonhados.

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